Sunday, August 26, 2007

j'écris ton nom, Liberté

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Os heróis da Resistência vistos como a Armada do Crime
(poster publicitário nazi)
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cumplicidade
coragem
compromisso
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regem La Resistance
movimento clandestino de luta política e moral
de unidade
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Liderada por Charles de Gaulle
alberga muitos anónimos,
mulheres e homens,
movidos pela liberdade
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Maquisards
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Os Maquis, grupos de resistentes franceses, os seus combates são, eles mesmos, uma forma da Resistência. Escondidos em recônditos lugares da Bretanha ou Sul de França, o nome foi importado de uma espécie de vegetação mediterrânica e da expressão prendre le maquis, corrente na Corsega, que significa refugiar-se das autoridades na floresta. O Maquisard é sinónimo de resistente.
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Jean Moulin (1899-1943)
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Prefeito de Eure sur Loire, Chartres. Desenhador e caricaturista, aluno de Direito. Radical socialista. Maçónico. Um dos heróis da Resistência Francesa. A ele se deve a unificação dos 16 movimentos e a criação do Conseil National de la Résistance, do qual se torna presidente.
Heroísmo e resistência. Nome de Liberdade. Rosto do movimento. Morre no comboio Paris-Berlim depois de preso pela Gestapo.
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Pierre Brossolette (1903-1944)
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Professor de História. Jornalista. Dirigente da Resistência Francesa, critico feroz da III República, o que criou desentendimentos com Jean Moulin bem como o seu afastamento do partido socialista. Proprietário de uma livraria, que mais não era que lugar de contacto entre os diferentes membros da Resistência, as suas missões foram sempre de grande risco.
Preso em 1944, depois de torturado durante dois dias, suicida-se atirando-se da janela do 5º andar do edifício da Gestapo em Paris, para não ceder à tortura. Morre no Hospital de la Salpêtrière sem conseguirem que falasse.
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Jean Cavailles (1903-1944)
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Matemático e filósofo. Professor na Sorbonne. Tenente da Infantaria e prisioneiro evadido, é um dos fundadores dos movimentos Libération. Preso em 1943 pela Gestapo, lúcido e corajoso, é fuzilado em Janeiro de 1944.
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Jacques Bingen (1908-1944)
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Engenheiro. Oficial. Cruz de Guerra após haver sido ferido em 1940. Voluntário nos territórios ocupados, é preso em 1944. Figura eminente, possuidor dos maiores segredos do movimento, escolhe suicidar-se com cianeto para estes não revelar.
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Sur mes cahiers d'écolier
Sur mon pupitre et les arbres
Sur le sable sur la neige
J'écris ton nom
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Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J'écris ton nom
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Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J'écris ton nom
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Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l'écho de mon enfance
J'écris ton nom
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Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J'écris ton nom
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Sur tous mes chiffons d'azur
Sur l'étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J'écris ton nom
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Sur les champs sur l'horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J'écris ton nom
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Sur chaque bouffée d'aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J'écris ton nom
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Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l'orage
Sur la pluie épaisse et fade
J'écris ton nom
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Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J'écris ton nom
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Sur les sentiers éveillés
Sur les routes déployées
Sur les places qui débordent
J'écris ton nom
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Sur la lampe qui s'allume
Sur la lampe qui s'éteint
Sur mes maisons réunis
J'écris ton nom
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Sur le fruit coupé en deux
Dur miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J'écris ton nom
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Sur mon chien gourmand et tendre
Sur ces oreilles dressées
Sur sa patte maladroite
J'écris ton nom
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Sur le tremplin de ma porte
Sur les objets familiers
Sur le flot du feu béni
J'écris ton nom
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Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J'écris ton nom
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Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J'écris ton nom
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Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J'écris ton nom
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Sur l'absence sans désir
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J'écris ton nom
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Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l'espoir sans souvenir
J'écris ton nom
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Et par le pouvoir d'un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer
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Paul Eluard. Liberté, 1942
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O poema Liberté de Paul Eluard foi largado, pelos aviões da RAF, sobre a França ocupada
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11 comments:

Anonymous said...

Eu adore entrar aquí e encontrar a memoria do mundo mais poética de a historia. Eu fico hipnotizada pela música, e os rostros de pessoas que partiram já...

Obrigada.

(Pardon. Há um erro na data de Jacques Bingen)

teresamaremar said...

Olá Suigeneris

qual o erro que encontraste? Fui confirmar e não o descubro, as datas coincidem até na wiki.

Obrigada pela visita.

Anonymous said...

Aquí: é preso em 1994

Nâo será 1944?

teresamaremar said...

:))))

só reparei nas datas em

Jacques Bingen (1908-1944)

e essas estavam certas, no texto abaixo nem dei conta da troca 9-4 :) já está corrigo.

Obrigada. Beijo.

Anonymous said...

Há quem pense, e diga, que a Esquerda é mais inteligente que a Direita.
A maioria dos intelectuais opta por aquele espectro político, talvez por formação, por conhecimento, por saber destrinçar o justo do que o não é, pelo conhecimento das teorias políticas e económicas.
Mas quando a sinistra figura de Hitler ameaça estrangular a vida livre dos povos, qualquer ajuda para o combater seria necessária e oportuna.
Olhamos para estes perfis aqui traçados. Exemplos de heróis, talvez dos mais destacados, de resistentes que souberam dar a vida pelos seus ideais, não soçobrando à denúncia e à traição.

Parabéns por mais um magnífico momento.

E não posso terminar este comentário, sem recordar Alegre:

"Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão.
Há sempre alguém que resiste.
Há sempre alguém que diz...NÃO!"

teresamaremar said...

A privação da liberdade obriga a que sejamos mais criativos, mais inventivos, mais intervenientes.
Sei que isto pode ser muito discutível e até censurável, mas é o que penso. Na ausência de liberdade, a inércia, a apatia e o marasmo não têm lugar, o homem re-inventa-se para criar, se fazer ouvir e produzir a mudança.

Obrigada Rigoletto

Zénite said...

Os deuses levam cedo, para junto de si, aqueles que amam. (Menandro)
Assim sucedeu com estes heróicos "Príncipes Azuis".

Belíssima a "trilha" sonora.

Um noite tranquila.

CHEVALIER DE PAS said...

Com esta paranóia do inglês, ainda bem que alguém se lembra do francês! Eu gosto.

teresamaremar said...

Olá Zénite

:) terminaram as férias?

Obrigada pelas palavras e uma boa semana.

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Benvindo Chepalier


também gosto, porém, erro dos franceses, eux-mêmes, que, confiantes, nunca pensaram ser ultrapassados pelo inglês. Quando se aperceberam era já tarde e o inglês estava aí impondo-se.


Boa semana

Maria Eduarda Colares said...

"... Ils étaint vingt et trois quand les fusils fleurirent
vint et trois étrangers et nos frères pourtant..."
Aragon (L'Affiche rouge), música de Léo Ferré, que eu tive numa antologia de canções revolucionárias francesas cantadas pela Monique Morelli, que era fantástica.
Vim conhecer esta floresta de blogues! Encontrei muita coisa de que gosto muito, muita coisa com que me identifico. Voltarei.
Não quero abusar do espaço, por isso vou procurar o Aragon para postar lá no meu sítio, com uma menção aos príncipes e princesas, claro!
Beijinhos

teresamaremar said...

:))) floresta de blogs... pois. Tenho de me conter :)


beijo!