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olhos azeitona em rostos de canela
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pele fragrante de essências e especiarias
pele adoçada em rota de seda
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pregão de vida
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assertivos passos em incertas mutáveis paisagens
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olhos azeitona em rostos de canela
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pele fragrante de essências e especiarias
pele adoçada em rota de seda
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pregão de vida
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assertivos passos em incertas mutáveis paisagens
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efabulam com a Lua e as estrelas
e entoam canções ao vento
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e entoam canções ao vento
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são meninos de impérios do Levante
porvir desenhado em trilhos de areia
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porvir desenhado em trilhos de areia
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páginas breves de poesia
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As filhas de Mne Seraphim guardavam os rebanhos radiosos.
Todas menos a mais nova; ela, pálida, buscava o ar secreto.
Murchar como o esplendor animal no seu dia mortal:
Junto ao rio de Adona ouve-se a sua meiga voz:
E o seu doce lamento cai como orvalho da manhã.
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“Oh vida desta nossa Primavera! Porque murcha o nenúfar?
Porque morrem os filhos da Primavera? Nascidos pra sorrir & fenecer.
Ah! Thel é como um arco-íris e como uma nuvem que se desfaz,
Como um reflexo num espelho, como sombras na água,
Como sonhos infantis, como um sorriso num rosto de criança,
Como o arrulho da pomba, como o dia que passa, como a música no ar (…)”
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William Blake. Livro Três, o Livro de Thel
Todas menos a mais nova; ela, pálida, buscava o ar secreto.
Murchar como o esplendor animal no seu dia mortal:
Junto ao rio de Adona ouve-se a sua meiga voz:
E o seu doce lamento cai como orvalho da manhã.
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“Oh vida desta nossa Primavera! Porque murcha o nenúfar?
Porque morrem os filhos da Primavera? Nascidos pra sorrir & fenecer.
Ah! Thel é como um arco-íris e como uma nuvem que se desfaz,
Como um reflexo num espelho, como sombras na água,
Como sonhos infantis, como um sorriso num rosto de criança,
Como o arrulho da pomba, como o dia que passa, como a música no ar (…)”
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William Blake. Livro Três, o Livro de Thel
in Sete Livros Iluminados
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8 comments:
Na longitude levantina e diáfana dos olhos destas crianças há sempre um raio de luz,
um sol de esperança, qual sorriso de ninfeia que não fenece, e, ao invés, cintila e resplandece
em promessas de oiro e verde sobre o espelho azul das águas.
[seguindo pelos teus “trilhos de areia”, na senda do “levante porvir”, e sem pretender contradizer Blake.] :))
Pela esperança é que vamos.
Bom-dia Peregrino,
há posts que nos dão imenso prazer fazer, este foi um deles. Pelo sol de esperançosos olhares.
Uma boa semana!
Mundo-cão que permite, omite e escamoteia esta realidade.
Post-denúncia.
A ingenuidade própria das crianças explica os sorrisos. Facilmente substituidos por lágrimas. De revolta.
Mundo-cão.
O destes inocentes.
E o dos que lhe estão na origem.
Bom-dia Rigoletto
terras de contrastes. Onde o estar das crianças se estende aos adultos. À maioria, que são impérios de maiorias governadas por minorias simbólicas. Não vi revolta ou resignação, mas deliberada aceitação. Um é assim, porque sim.
A mostrar que as vozes, as revoltas, outros pensares e aspirações à mudança se contêm pela religião. Não o medo, mas uma chama, a que chamam de fé. Unificadora.
Nem o medo teria tanto e tão duradouro poder, só em nome de um deus se pode construir tal aceitação. Poderosos deuses, curiosos deuses...
olá teresamaremar!
muitas vezes estamos tão absorvidos pelo nosso pequeno mundo ocidental que nos esquecemos de olhar esses outros mundos/civilizações que navegam pelo palneta como a água de um rio.
todos nos recordamos desse olhar da menina afegã que fez história numa capa de revista e quando muitos anos depois o mesmo fotógrafo reencontrou "o seu modelo" feito mulher, descobriu que no seu olhar mágico permanecia no seu interior, apesar da passagem do tempo, esse tempo que nos vai deixando as suas marcas no corpo.
PS-"Histoires du Cinema" foi uma das prendas de natal aqui em casa, em breve falaremos deste monumento cinematográfico.
beijinhos e bom fim-de-semana
paula e rui lima
As palavras de Rui Luís Lima reavivaram na minha mente o episódio da menina queimada pelo napalm lançado pelos aviões norte-americanos sobre a sua aldeia, no Vietname.
Permito-me trazer o endereço de um videoclip sobre a entrevista que essa menina, agora mulher (44 anos), concedeu a um canal espanhol de televisão.
http://www.youtube.com/v/feywfcS2cDc&rel=1
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Porque falamos de crianças maltratadas e, nalguns casos, lesadas fisicamente até à morte:
Rafah, Faixa de Gaza, Abril de 2002
A fúria assassina das balas rastreia
o corpo inocente duma criança da Palestina.
Não é lenço, a gaze branca e breve que lhe contorna a fronte.
Tampouco é burqa ou xador, a túnica alva e longa
que lhe envolve o corpo tenro. É um lençol de sangue.
Tinha seis curtos anos, esta menina;
os pais lhe deram um nome: Somaeah Hassan.
(foto da menina morta no meu blogue)
Bom fim-de-semana.
Sensação de recompensa, sentir as pontes que o meu post fez, um pensamento voltado a esses meninos.
Grata por todos os comentários.
Bom fim de semana
beijocas
(gordas)
para ti !
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